terça-feira, 4 de janeiro de 2011

A song to say goodbye:
(eu prefiro o boa partida gringo, do que o adeus brasileiro)

Nunca se esquece como andar de bicicleta. Por que mais que a única lembrança que você tenha do ato seja uma Caloi rosa de cestinha. Você aprende e pronto. O que não se aprende é a dizer adeus. Sempre me fascinou o comportamento das pessoas em rodoviárias e aeroportos. Tudo bem que o ambiente de algumas rodoviárias não é digamos assim, introspectivo rs. Mas sabe-se lá o que aquele caminhoneiro devorando seu bolo frito com o cofrinho aparecendo está sentindo falta.

Todos parecem estar com suas cabeças em outros lugares. Acontece no momento que é comprado a passagem, as cifras lembras dívidas, a pendência do que foi deixado pra trás. Alguns estão rodeado de amigos, parentes, todos tentanto de distrair da despedida, tentar quebrar o silêncio com festa. Lá tudo é distração, as revistas de viagem, livros de bolso, jogos pra passar o tempo, pequenas porções de comida. Tudo em pequenas dose de esquecimento. Fazer mala pra ir é sempre chato: mesmo a pessoa mais organizada luta, por que é impossível prever as infinitas variáres e possiblidades de uma viagem, nós somos humanos, sempre temos expectativas de qualquer coisa. Fazer a mala de voltar é fácil: joga-se tudo (sujo ou limpo) dentro e acabou-se. O problema é o peso extra dos problemas que se teletransportaram da cidade de origem pra mala. Aí eles são carregados pelos chãos de mármores em carrinhos, pelas costas queimadas de sol (por que turista bom é turista queimado, ou aqueles que a rotina de viagem é tão comum e não sentem mais o peso, verdadeiros fisiculturistas de memórias, e tem as pequenas bolsas, carregadas de cheiro de mar, do campo, de limpeza de hotel, dele.

Na hora do embarque aqueles aquelas ultimas resoluções e despedidas sem jeito: o que tem muitos amigos e famillia, o que tem medo de avião e tem certeza que desa vez não passa, os solitários com suas cartilhas de jogos, será que esqueci de alguma coisa? Será que vou ser esquecido? E lembrar podia se desatar do esquecer. E tem os que ficam. Os que mesmo com tantas milhas de saudades ainda choram. Vão lá, vão descobrir que o mundo é pequeno, "home is where the way is!"

3 comentários:

Isolda disse...

Tá, nossa querida (?) rodoviária de Teresina é muito acolhedora, viu? -N
Sofri com o caminheiro do bolo frito. kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

O mundo é um cu de pinto recém nascido costurado e parece que ninguém nunca vai se acostumar com isso. :P

Iolanda Lola Murta disse...

nunca me acostumei, mas é verdade: as despedidas parecem sempre com senhoras histéricas, de classe média que , religiosamente , tomam seu lexotan e suportam as tragédias cotianas com toda dignidade possível....

Iolanda Lola Murta disse...

nunca me acostumei, mas é verdade: as despedidas parecem sempre com senhoras histéricas, de classe média que , religiosamente , tomam seu lexotan e suportam as tragédias cotianas com toda dignidade possível....