terça-feira, 29 de maio de 2007

Lembranças secas.

Uh oh, overflow, population,
common group, but it’ll do.
Save yourself, serve yourself.
World serves it's own needs, listen to your heart bleed.
Tell me with the rapture and the reverent in the right - right.
You vitriolic, patriotic, slam, fight, bright
light, feeling pretty psyched.
It’s the end of the world as we know it.
It’s the end of the world as we know it and I feel fine.
[REM-End Of The World]


Sabiam que a primeira redação que eu escrevi foi sobre uma árvore?Pois é.Estava eu nos meus seis anos(?),pura curiosidade e expectativas sobre me “graduar no ABC” com uma folha de papel na minha frente,o lápis faber castell e a borracha roída em mãos sem ter a menor idéia do que dizer.Eu só tinha a lembrança do pé de laranja,que eu tinha plantado com tanto carinho,cortado sem dó no dia anterior.Eu chorei a noite toda.Tinha ganhado a mudinha da minha avó e vi a laranjeira crescer.É impressionante como crianças se apegam as coisas sem a gente notar.

Ele ficava bem no começo do quintal da minha casa,pequenino,rodeado de bananeiras e outras plantas.Minha mãe tinha decidido mandar cortar tudo por que muitos dos pés caiam no telhado de casa e muitos bichos apareciam.Foi daí que veio minha fobia de aranhas(UI!).Eu lembro de ficar na janela só olhando a chuva escorregando nas folhas das bananeiras, pendurada nos muros tentando roubar mangas do vizinho e as manhãs de sol que eu promovia com todas minhas Barbies. =D

Agora meu quintal é um canto estranho no fundo da casa.O verde virou cinza,um vácuo quente e sem sombra no meio das minha memórias.E quase como um supetão,lembrei disso quando assisti “Uma verdade inconveniente”.Talvez fosse minha relação tão pessoal com a natureza,não sei bem.O fato é que o que eu vi me deixou com um medo muito embaraçoso.

O documentário de Al gore,falando cinematograficamente,não é extraordinário.O ex-vice presidente entre lapsos-flashbacks de sua juventude e palestras extremamente didáticas ele decorre sobre o tão falado e tão pouco temido aquecimento global.Ambientalista fervoroso,Al gore leva a película de forma inesperadamente sutil,e talvez tenha sido por sua sutileza que o documentário faturou 2 Oscar(melhor documentário e melhor canção).O conteúdo já era alarmante,e a opção por uma abordagem lenta e sem muita efusividade foi uma jogada de mestre.

Muitos podem achar apocalíptico,outros em toda sua intelectualidade rirão e duvidarão fervorosamente das informações passadas e outros simplesmente acharão um filme chato e imparcial,cheio de pendengas políticas.O aquecimento global virou um negócio rentável,o que até já era de se esperar,desculpem os marxistas zangadinhos.A controvérsia era o fruto mesmo,afinal não é uma verdade inconveniente?Bem,pois eu vou falar exatamente o que eu achei.

Uma boa parte dos dados são verdadeiros e isso pode ser comprovado com relativa leitura sobre o assunto,e não por cega ingênuidade pelo que a mídia prega,mas por acabar com o complexo de dumb people x smart people,cada um acredita no que quiser.É assustador ver as imagens de lugares sumindo do mapa e níveis de CO2 que nunca estiveram tão alto desde da era glacial.Ver ursos polares morrendo afogados por que o gelo está derretendo.E muitas pessoas morrendo por desastres naturais que chegam sem aviso.Nós herdamos e estamos sofrendo as conseqüências de duas gerações de poluição extrema.E acho que não vamos dar conta da limpar a sujeira.Eu acho que as soluções para os problemas da humanidade vão se perpetuar nos livros de História e filosofia.É simplismente difícil demais.E quando eu falo difícil posso até parecer covarde para os sonhadores revolucionários de sofá,mas estou falando de um grau de dificuldade anti-natural.Agora é sentar e chorar,por mais trágico que pareça.Se os países não conseguem em entrar no consenso de tomar uma, das diversas resoluções,como o Tratado de Kyoto,imagine as outras.Vamos esperar mais dez anos,não é?

Não importa se Al gore se beatifica no documentário,se há exagero ou se está faturando milhões com palestras.Vamos nos "alienar" perante o conteúdo e entender a mensagem,como o ato da reza numa situação difícil,que mal pode fazer?Eu continuo carregando meu lixo na bolsa até achar um lixeiro próximo,separando plástico de orgânico,tentando não comer muita carne e preferir um caminhada ao ar condicionado das academias.É pouco,muito pouco.E quando o assunto é discutido sempre é em tom de deboche.Mas é engraçado mesmo,o calor de 37° em Maio de Teresina e -5° no Sul do Brasil.

E eu fico aqui,conversando sozinha...olhando meu quintalzinho seco,lembrando do meu pé de laranja,lendo Thomas Morus e ouvindo
Sleeping with ghosts presa na minha utopia de fim de tarde...

Sites sobre o assunto:

http://www.climatecrisis.net/takeaction/

http://mudaclima.blogspot.com/

http://www.esbrasa.com.br/

http://www.greenpeace.org.br/

http://www.globalwarming.org/

http://stopglobalwarming.org/

http://wwf.org/

5 comentários:

Rafael Campos disse...

mermã...

o lance é que quanto mais eu penso eu não ter filhos, mais eu penso que eu estou certo...

doida, sou mt influenciavel por esse tipo de coisa, lembro demais eu chorando pelas gaivotas que ficaram presas no óleo derramado pelos petroleiros, e olha que naquela época, calor era 28 graus...

hoje eu penso seriamente se eu faço algo pra mudar e,se faço, se adianta...

deus, eu tenho medo do futuro

Sanmya disse...

sabe o que esse teu texto me fez lembrar?

daquele novela meu pé de laranja lima
adoraaaaaaaaaaaaaaava!

ah tá disse...

uahsuahsuahsuahsuhasush

eu tb sou meio freak com essas coisas de natureza =0

desperdício de água entaum, é msm q tá me matando!

=*

Anônimo disse...

kkkkkkkkkkkkk
What the fuck???

maria clara disse...

ai...
também tenho medo do futuro...
muito.