domingo, 9 de novembro de 2008

Old boy em Bel air

Eis que morcegando no computador ontem, e leio tal notícia no Omelete:

"Spielberg negocia para dirigir Will Smith em remake de Oldboy"
DreamWorks está no processo de adquirir os direitos de adaptação

Não demora muito, meu amigo Edson, fã número 1 do coitado Oldboy e companheiro de lombras cinematográficas, delibera no seu blog sobre como os norte-americanos deturbam remakes e talz e me pede uma opinião sobre o assunto. Aqui vai a minha resposta:

As grandes produtoras são especialistas em comprar idéias geniais e transforma-las em coisas bizarras e vazias( até hoje, trauma de Resident Evil). Mas isso não é novidade nenhuma Edson, mesmo que dê um arrepinho na espinha lembrar de zumbis nos deserto :( e pensar no Old Boy falando "what suuuuuuuupppppp!" ( na verdade EURI!)

Sim sim, remakes hollywoodianos. Pelo meu vaaaaaasto conhecimento cinematográfico *tosse*, nunca assisti um filme que eu pudesse dizer com toda a plenitude "PORRA, que remake". Arrisco dois exemplos que surgiram na memória agora: "A profecia", que de fato tem todos os elementos de um bom de remake. O outro é "Madrugada dos mortos", que é um remake feito pelo autor do primeiro filme, o que poupa um trabalho danado, mas Romero é the lord of the zombies e "Dawn of the dead " de 2004 é excelente.

O fato é que muita gente entende o termo "remake" como "tem outro desse do tempo do bumba". Mas não, remakes são coisas do demo( vai ver é por isso que só os terror prestam =B) , é transportar um filme de sucesso (oi?quem vai fazer remake de fracassos?) com qualidade, contextualização ( nem precisa ser antigo, mas não pode ser também duas semanas depois :D), referências ao anterior, elementos novos bem inseridos, bons atores e um diretor interessante. Só isso?:D

Hollywood é a rainha das versões. A Fantástica fábrica de Chocolate do Tim não é um remake. Os dois filmes são totalmente diferentes, (o primeiro é musical foda de roteiro capenga e formador de caráter, o do Tim é mais fiel ao livro, que por sorte, está repleto de Burton things)mas enfim; são ditos "remakes" de grandes produtoras e os dois são cults. Aí que chega o conflito da história: o bafafá dos remakes só acontece mesmo quando a cópia tem intenções maléficas de ser um blockbuster, saca?

Alguém se deu ao trabalho de ver a outra versão de "O Iluminado" que não é do Kubrick? Mas todo mundo viu a versão de "Psicose" do Gus Van Sant, né seus cultizinhos irrustidos?

Mesmo caso com" Cidade dos Anjos", porra, Wenders arrassa e talz mas isso não quer dizer que o outro também é ruim (Iris para sempre nos nossos corações meooo). Acho que são públicos , intenções, e recepções diferentes.Tem a galera do "Romeo and Juliet", a do "West side History" e a do "Romeo + Juliet", Shakespeare acha é bom.

O cinema "arte" é especialista em concepção, e hollywood em conceitos. E apesar das duas formas de cinema se estranharem constantemente, uma não vive sem outra. Afinal, vai dizer que o Chan-wook Park nunca assistiu um Bruce lee ou Tarantino na vida ein? ;D

3 comentários:

Natália Vaz disse...

Sendo remake, e sendo de spilberg, eu não esperaria grande coisa. Sempre achei que ele tem o dom de CAGAR tudo! Se não caga o filme todo, ao menos o final ele tem que estuporar! ISso me fez uma pessoa bastante preconceiturosa com as criações dele. Com remakes então...

Mas vai aí, né? A minha sim vaaaasta experiência, né? Então... haiuhaiuhaiuahiauhaiuha

Natália Vaz disse...

spiElberg. RESPEITE!

Rafael Campos disse...

vou colocar o mermo coment que fiz no do ed (e tu sabe que ele nao queria q esse blog fosse divulgado, néa?):

em primeiro lugar, acho que remakes só deveriam ser feitos de obras que não são originais. a partir do momento em que ela foi criada especificamente praquela mídia, ela se torna um objeto de propriedade daquele pensamento inicial. cinema, pra mim, tem que ser tratado como literatura: jamais aceitaria um remake de dom casmurro. agora, por exemplo, acho bem válida uma idéia como a do fernando sabino, quando escreveu "amor de capitu". apesar de estar bem longe da obra original, ele se vale da idéia dela pra criar algo novo. e, definitivamente, acho que refazer algo do original não cria algo novo, só deturpa um pensamento que foi obtido de forma a ficar ideal (pelo menos para o diretor) naquele formato. old boy é único em sua essência cinematográfica e, de forma mais ampla (o que aumenta a desgraça da notícia), faz parte de uma trilogia que é de total posse do diretor. se valer de um pensamento hollywoodiano de que a violência contida nele pode ser suficiente pra fazer dinheiro me faz ter vergonha do spilberg. essa idéia está errada desde o início, não só porque retira a essência de uma obra que, na minha opinião, só existe bem naquele universo, como só mostra que um lado dele foi visto, que é o da violência, usando-a como forma de fazer dinehrio. deplorável. continuo contra remake de idéia de mesma mídia. fazer remake de um filme que foi baseado num livro, como vc citou, no caso do tim, é válido, porque a literatura permite esse tipo de viagem visual. mas, quando não é assim, só parece falta de imaginação.