segunda-feira, 4 de agosto de 2008

A Brenda Lee me fez escrever isso.

Ele chegou todo entusiasmado um dia desses. Os braços pintados, o cabelo sujo de farinha, fazendo questão de mostrar a todos que era calouro. De contar para minha mãe que não ia mais ao colégio, e me lembrar que o tempo está passando. E todos os dias ele chega mais empolgado, a camiseta do anime predileto debaixo do jaleco, o all star surrado nos pés. Ainda bem, algumas coisas nunca, nunca mesmo mudam.Claro que a nostalgia que ando evitando nesses tempos conclusivos bateu. Lembrei do meu dia caloura, do desconforto e ao mesmo tempo curiosidade sobre aquelas pessoas tão diferentes de mim, e tão mais legais que eu.

Enquanto almoçava me contando empolgado das primeiras experiências como universitário, me veio a lembrança mais remota; nós crianças, em um fim de tarde na sorveteria "Elefantinho" que ficava em frente ao colégio e que freqüentávamos religiosamente todas as tardes. A cena e a cor laranja das mesas eram vívidas, ele sentado colando as figurinhas do seu álbum do "Rei leão", e eu escondendo no bolso a figurinha que faltava. Seria a mesma empolgação que eu vi nos olhos dele agora?

O fato é que os três irmãos cresceram. Eu vejo todos os dias nas nossas atitudes como uma régua invisível. A régua fica medindo o que ficou para trás e o que vem pela frente. Estou quase saindo da universidade, o "Elefantinho" virou um prédio de vidraças azuis espelhadas, o cheiro de maracujá que os corredores do maternal tinha já se dissipou. Algumas coisas ficaram; ele continua tendo medo de certos filmes de terror, e ela implica comigo da mesma forma que implicava quando eu tinha 8 anos. As pessoas que conheci na calourada, ainda são mais legais que eu, só que agora elas me acham legal também e me acompanham nessa vida bandida.

Os tempos estão mudando, o Bob lembra a gente toda hora. E as mudanças, na maior parte do tempo são boas. Uma nova casa, uma nova visão, e a boa e velha visão vista com outros olhos... não é mesmo? O.o


ps: Brenda Lee é uma cantora dos anos 60 que anda me embalando esses dias, agradeço então a inspiradora "End Of The World"

Um comentário:

Sanmya disse...

segura na minha mão e segue comigo na vida bandida
=]