quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Elogio a toda loucura sim, elas.



A observação diária, tanto a não intencional quanto a descarada, ou até a convicta e sentida na companhia de amigos, família, amores e estranhos momentaneamente importantes me fizeram chegar a uma conclusão meio brusca de tão óbvia, os olhos arderam perante a luz extremamente forte desse tal de fim do túnel. É difícil viver, e quando eu falo que é difícil iguale isso a levantar um peso de uma tonelada com os pés fincados em espinhos, quase a visão religiosa de um mártire, e logo eu, herege e covarde, me vejo nesse quadro.

Seria uma mentira deslavada dizer que não dói cada parte do meu corpo em pensar na felicidade deles, pois cada sorriso me lembra que não fui eu que fiz a graça. Seria justo nos dizer desde o momento que nascemos, sim sim infantes e burrinhos, que todos os dias estamos morrendo gradativamente de amor, ou de ualquer coisa que brote dele, até aquele amor adolescente meio mal resolvido, de palavras gaguejadas ou aqueles constates murros na parede que retratam a convivência diária com seus pais.Todas aquelas premissas de Trainspotting ficam martelando nas nossas cabeças e não sabemos como poder realizá-las. É muito difícil, digo de novo! E ainda condenam nossas pobres almas a sobriedade terrena, e agora eu pergunto por que a loucura é tão ruim?Qual a diferença se uma dessas milhares de Macabéias morrerem?Seria justificável se elas fossem loucas.

Nesses dias eu escolheria vários requiens para incontáveis sonhos, pois eu sinto as amputações diárias na minha alma. Eu queria que me explicassem detalhadamente como em uma aula de física elétrica mais chata, o que afinal é ser normal e como devo me comportar para alcançar essa tal normalidade. Enquanto essas explicações não existem, falo para a galera novinha logo, nada está realmente completo e vocês vão passar 80% de suas vidas achando a vida uma verdadeira merda. Mas se agarrem com força aos 20%, os danados são realmete bons. Por isso eu aceito a loucura, a boa e velha ultraviolência descontada em embalagens, os amantes, tão amantes que nem parecem desses tempos, os mentirosos contadores de piadas, os bêbados, os piratas e os cachorrinhos vira-latas. Viver é demais não é, então vamos dividir o surto.

5 comentários:

Anônimo disse...

ah,

verdade que dói

maria clara disse...

"So I take pleasure in the details. You know... a quarter-pounder with cheese, those are good, the sky about ten minutes before it starts to rain, the moment where your laughter become a cackle... and I, I sit back and I smoke my Camel Straights and I ride my own melt."


you know?

Mia disse...

Se tivesse colocado Brilho Eterno de Uma Mente sem Lembranças teria certamente me feito cortar os pulsos... aiai, péra, deixa eu secar aqui...
TUDO VERDADE!! TUDO VERDADE!!!
Vamos dividir o surto, a loucura, as divagações, vamos dividir!!!! O peso às vezes é grande...
=)

Anônimo disse...

"Seria uma mentira deslavada dizer que não dói cada parte do meu corpo em pensar na felicidade deles, pois cada sorriso me lembra que não fui eu que fiz a graça."

Ai...

Sem palavras. Realmente sem palavras.

(tentando inutilmente me agarrar aos 20%)

Rafael Campos disse...

então... depois de um soco como esse eu só posso pensar que viver fica mais fácil quando a gente encontra... mesmo quando não tava procurando e cai em meio há filmes que a gente já viu...