All the nobody people.

"Dans une mer où je me noie, Je ne sais pas pourquoi je reste"

Nesse exato momento queria saber o que fazer. Não que eu não tivesse obrigações da Universidade, nem um filme legal para assistir ou terminar de ler um livro que há semanas eu enrolo. Eu queria saber o que fazer com esse moinho que roda devagar no meu peito, trazendo todas as lembranças que eu tentei esquecer com tanto esforço durante esses anos. Sei também que provavelmente você não vai ler isso.

Mas eu só quero deixar registrado, legalizando essas palavras abstratas. Como sempre , fujo desses sentimentos extremos que alfingem mais do que resolvem, pois o verdadeiro discurso sairia desesperado e piegas demais.No entanto posso assegurar que nada que eu escrevo aqui meio sem jeito, é de forma alguma falso. Esse texto tem a mesma despretensão inocente daquela noite quente em que eu suava frio, o sorriso nervoso esboçado, as falas sem pausas, a meia luz que iluminava a rua, sua expressão assustada. Sim eles ainda estão todos aqui.

E da mesma forma que começou eu me vi observando uma rua também.Travando uma luta interna doentia, com uma dor no peito que eu não sentia há anos, querendo tirar a minha estúpida blusa do desenho que você gosta e nunca mais freqüentar aquele lugar. Eu me vi...de novo, em você, e foi devastador.

Na minha mente agora um caleidoscópio gira, e eu sei que tudo vai mudar. Talvez precisasse mudar mesmo, eu só queria que não fosse da forma dolorosa que sempre é.Eu sei agora que a espera, só a minha, acabou.Eu queria dizer algo mais profundo, mais poético e mais explícito, mas eu não faço a menor idéia de como fazer.Eu hesito, e apago tudo, dou voltas pela casa e converso sobre como está quente com a empregada. Deus, como eu queria saber ser explícita.Quem sabe um dia a gente converse, quem sabe um dia você tenha a verdadeira noção dos fatos.Quem sabe...é, acho que é só isso mesmo.