quinta-feira, 30 de agosto de 2007


Reza Fragmentada de um tempo,onde tudo se iluminava.

Na madrugada de ontem,me vi na eminência de buscar qualquer pedaço de papel que visse pela frente para escrever tudo que eu tinha em mente.Do jeito que eu fazia a muito tempo a atrás,nos punhos doloridos eu queria deixar o peso e com sorte aliviar a minha mente.Lembrei exatamente desse tempo tão distante,da minha urgência para escrever,de como a madrugada acaba sempre se tornando tão mística ,pois a insônia que atrapalha o ritmo,também salva as vezes.

Lembrei daquelas tardes luminosas,onde o sol era mais brilhante do que quente.Lembrei das risadas,do sorriso apaixonado dela.Ele tinha o mesmo sorriso.Entre os jogos de recreio,ele tentava se exibir.Realmente era um bom jogador,e muito engraçado também.Os corredores tinham um bafo adocicado,de recente conversas calorosas.Tudo parecia mais vivo.Tão vivo quanto as memórias que eu tento me livrar.E agora ele não está mais aqui.É estranho como as pessoas podem simplesmente,desaparecer.E quando eu passo os olhos naqueles mesmos corredores,muros que encobriam beijos nervosos e conversas marginais,eu não consigo enxergar os vestígios de nossas presença lá.Quando eu olho as fotos,não reconheço mais as pessoas que ficaram para trás.A verdade é que estamos sumindo a cada dia.Mas eu prefiro acreditar no eufemismo para esse sumiço.Desvanecer,é mais bonito e mais consolador,e no meu peito fica quase uma oração.Ainda estamos aqui...

"les enfants ont pourtant
des chansons plein la tête
mais je ne les sais pas
mais je ne les sais pas..."

2 comentários:

J. disse...

we all are vanishing in disappear...

todo dia tenho essa puta certeza...

maria clara disse...

look at all the lonely people...
=/


eu sinto praticamente essa mesma coisa sobre as paredes, os corredores, os recreios e as conversas.
e exatamente a mesma sobre as madrugadas...
=P

=*